Todo bom designer gráfico um dia vai ter o encontro mágico com uma gráfica. Você vai mandar seu arquivo por um FTP que, mesmo em 2015, leva anos para fazer o upload, e correr para conseguir pegar sua impressão a tempo (sejamos sinceros, você devia ter impresso essa peça há uma semana).
Quando você recebe a versão final daquele projeto que está sendo criado há meses, você chora. Chora porque as cores estão muito diferentes, porque as bordas ficaram cortadas demais e alguns elementos ficaram comidos, as imagens aparecem pixeladas, e alguns textos estão com a fonte errada ou com tamanhos diferentes.
Calma, antes que você decida deixar a raiva fluir e começar a gritar com os funcionários da gráfica, entenda uma coisa: a culpa é toda sua. Ou pelo menos deve ser. Mas não se preocupe, nós vamos te dar 5 dicas para que esses problemas nunca mais aconteçam e você consiga deixar a sua impressão perfeita. Olha só:
1. Nunca use RGB
Simples assim. A não ser que você esteja produzindo uma peça que vai ser usada em telas de computador, celulares ou tablets, nunca use o formato RGB (Red, Green, Blue). Esse é um padrão que cria novas tonalidades a partir de luz, adicionando cores de acordo com o resultado final desejado.
Na hora da impressão, é importante trabalhar com CMYK (Cyan, Magenta, Yellow, Black), pois estas são as cores usadas para criar diferentes tonalidades quando misturadas em forma de tinta. Se você cria um arquivo em RGB e tenta fazer a impressão, as cores serão automaticamente convertidas para CMYK, o que pode causar diferenças na versão final.
2. Cuidado com a sangria
Preste atenção à margem que você deixa nos documentos que serão enviados para impressão. Esse espaço pode ser configurado no software quando for começar o trabalho, e normalmente deve ser entre 2mm e 3mm.
Esse pequeno cuidado serve para garantir que as informações mais importantes estejam dentro de uma margem de segurança - e que elas não acabem cortadas ou fora da impressão - além de certificar que as cores estejam bem preenchidas, evitando bordas brancas.
3. Deixe o texto em vetor
Nunca deixe o conteúdo que vai ser impresso em forma de texto. É assim que as fontes ficam erradas na hora da impressão - se você não seguir a última dica e resolver enviar um arquivo de Illustrator para a gráfica - e que a tipografia acaba em tamanhos diferentes.
Quando você converte o texto em vetor, ele se torna apenas uma sequência de curvas calculadas pelo computador, e vai continuar com o mesmo formato e tamanho relativo até que alguém o altere.
4. Use imagens em alta resolução
Sempre use imagens em alta resolução. Você é um designer gráfico de respeito, e roubar fotos do Google para um trabalho não é mais uma prática válida. Procure boas fotos em bancos de imagem como Shutterstock e iStock, ou pegue uma câmera e faça um trabalho de boa qualidade. É recomendado usar 300 dpi de resolução, e nunca nada abaixo de 240 dpi, assim você evita imagens distorcidas e pixeladas na sua impressão final.
5. Ame o PDF mais do que a sua vida
Porque se você não amar o PDF não vai sobrar vida pra você. Pelo menos não como um designer gráfico. O PDF é um formato de arquivo que fecha todas as configurações que você definiu e impede que ocorram mudanças indesejadas na hora da impressão. Quando for salvar seu trabalho certifique-se de definir que o esquema de cores é CMYK, que o arquivo final esteja em resolução de 300 dpi e com todos os cuidados que você aprendeu aqui.
Assim, a gráfica vai receber o seu projeto do jeito que você quer que ele seja, e, se acontecer alguma coisa de errado, as chances da culpa ser sua são um pouco menores.
Que cuidados você toma na hora da impressão? Conte pra gente nos comentários!